COU aprova suspensão do calendário acadêmico da Unioeste

O calendário acadêmico da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) será suspenso integralmente. A decisão foi tomada em reunião extraordinária do COU (Conselho Universitário) coordenada pelo reitor Paulo Sérgio Wolff, na tarde desta quinta-feira (26), no campus de Cascavel. A decisão foi tomada por unanimidade pelos conselheiros presentes.

A reunião lotou o auditório do prédio do PDE de professores, agentes universitários e estudantes. Lideranças do Sinteoeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná) e da Adunioeste (Sindicato dos Docentes) fizeram a defesa da suspensão do calendário como forma de preservar institucionalmente a universidade e proteger alunos e comunidade acadêmica. "Essa suspensão tem o objetivo de dar maior segurança aos nossos acadêmicos, para que as atividades aconteçam posteriormente na sua integralidade e no mesmo momento", disse Gracy Kelly Bourscheid, presidente do Sinteoeste.

A dirigente fez uma explanação sobre a reunião realizada em Curitiba entre o FES (Fórum Estadual dos Servidores Púlicos do Paraná) com os secretários da SETI (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) e SEAP (Secretaria de Administração e Previdência). "A questão da autonomia financeira é um dos pontos principais que motivaram nossa greve, uma proposta que o governo já anunciou que irá reenviar. Também não tivemos nenhum avanço em relação a defesa de nossa aposentadoria, portanto não temos motivo algum para sairmos da greve. O que o governador está fazendo é adiar o problema", comenta Gracy.

O professor Luis Fernando Reis, da Adunioeste, também rechaçou a proposta de autonomia financeira do governo estadual. "O grande motivo que nos fez entrar na greve está aí, ainda é uma ameaça real, que são projetos que atacam a carreira dos professores e agentes universitários. O governo insiste com a proposta de autonomia financeira, que é uma tentativa de desobrigar-se de financiar integralmente as universidades". O docente explicou que dentro desse "pacote da autonomia" também está o fim da data-base e a ameaça a carreira única de agentes universitários e professores.

Para Gian Tozo, do comando de greve da HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), os reitores precisam se posicionar. "Temos problemas de falta de pessoal, falta de material, a situação do HU está um caos. Nesse momento, a reitoria precisa dizer que lado está: se é do lado do governo do Estado ou dos servidores". Para o agente universitário, a aprovação da suspensão do calendário pelos conselheiros foi uma amostra da legitimidade da greve dos servidores e defesa da universidade pública.

Assembleia

A suspensão do calendário acadêmico da Unioeste e a continuidade da greve na universidade e no HUOP será pauta de assembleia geral do Sinteoeste nesta sexta-feira (27). A reunião está agendada para às 14h, no auditório do campus de Cascavel. "Os servidores das IEES só devem sair da greve quando forem apresentadas propostas concretas pelo governo. Quem deflagra a greve são os trabalhadores e somente esses tem legitimidade e poder de definir o contrário", expôs a professora Silvana Souza, filiada ao Sinteoeste.

Fonte: SINTEOESTE

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