Com mais de dois mil participantes, de todos os estados brasileiros, o X Encontro Nacional da Mulher Contabilista, realizado nos dias 12 a 14 de agosto, em Foz do Iguaçu, mostra o acerto do CFC de criar um programa de incentivo à atualização, integração e compreensão do papel da mulher na área contábil, na sociedade, na economia, na política e na vida cultural brasileira, mobilizando as contadoras em todos os estados por meio de comissões da mulher e eventos regionais.
O fenômeno da participação feminina, na realidade, em todas as atividades sociais, por sua característica revolucionária, requer entendimento, racionalidade, cabendo a eventos como esse fazer a leitura e a síntese; e é o que vimos acompanhando desde a primeira edição do ENMC, no Rio de Janeiro, em 1991, na sequência, em Salvador--BA (1992), Maceió-AL (1999), Belo Horizonte-MG (2003), Aracaju-SE (2005), Florianópolis-SC (2007), Vitória-ES (2009), Caldas Novas-GO (2011) e Santos – SP (2013).
Por séculos, a profissão contábil foi masculina, no país, mas, aberta a participação feminina no século passado, principalmente a partir de meados do século, com a criação do curso de ciências contábeis, em número crescente, vamos ocupando espaços nos departamentos de contabilidade das empresas, nos escritórios, nas universidades como professoras e estudantes e como empreendedoras, empresárias da contabilidade. Como previu o cirurgião cardiovascular Fernando Lucchese, em palestra do X ENMC, “em 100 anos, o mundo será feminino”. Na área contábil, a previsão talvez se realize bem antes: as mulheres, atualmente, já somam 42% (222 mil) do universo de 526 mil profissionais que atuam no Brasil e nos cursos de contabilidade, elas já são a maioria.
O compromisso é podermos oferecer nossa contribuição à construção de um mundo em que haja respeito entre os sexos, justiça, coerência, ética, solidariedade, paz e felicidade. Já sabemos que a principal ferramenta dessas transformações é o estudo, o saber, o conhecimento, e a participação política e social. Como resumiu, no encontro, a diretora de Prática Global de Governança do Banco Mundial, Sâmia Msadek, o acesso à educação e à formação profissional são alguns dos desafios que as mulheres precisam enfrentar. Ela lembrou que há países onde as mulheres ainda ganham até 60% menos que os homens nas mesmas funções. Pior: a jovem paquistanesa Malala Yousafzai Montero se tornou conhecida por denunciar as atrocidades cometidas pelo regime Talibã, em seu país, para impedir que crianças, principalmente do sexo feminino, estudem.
O X ENMC foi rico em temáticas para reflexão, destacando-se as palestras
“Liderança e gestão de pessoas”, da psicóloga Adriana Albuquerque; “Geradoras de saúde e felicidade”, do médico Fernando Lucchese; o painel “Governança e Sucessão em Empresas Familiares”, com a participação de Ana Maria Elorrieta, membro do International Federation of Accountants Board (Ifac); Sâmia Msadek, diretora de prática global de governança do Banco Mundial; e Manoel Knopfholz, sócio da Meca Assessoria, Capacitação e Treinamento Empresarial e Educacional. Tivemos ainda o painel sobre “O novo mercado da área contábil”, mediado pelo presidente da Fenacon, Mário Elmir Berti, e por mim, com participação de Ernani Ott, presidente da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Contabilidade (Anpcont); Olivia Kirtley, presidente da Federação Internacional de Contadores (Ifac) e Jennifer Thomson, gerente financeira do Banco Mundial; um talk show com as experiências de Sônia Guimarães, professora do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA); da deputada federal Christiane Yared; da executiva Ângela Tamiko Hirata, presidente da Suriana e da atriz Marisa Orth, entre as principais atividades.
É assim que vamos tomando consciência dos nossos papéis e nos encorajando a assumir novas responsabilidades.
Fonte: CRC - PR
Disponível em: http://www.crcpr.org.br/new/content/opiniaoPresidente/anterior.php?id=398


 
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