País registra aumento de 23% para 34,5% de brasileiros com negócio próprio; Sebrae promove evento para atender empreendedores
Nove
anos depois da criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em
2006, o Brasil colhe os frutos das mudanças na legislação para pequenos
negócios, que tiveram início no governo Lula e são aprofundadas pela
presidenta Dilma Rousseff. O País segue, hoje, isolado na liderança em
empreendedorismo, com o aumento de 23% para 34,5% de empreendedores em
dez anos, segundo pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM),
realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade
e Produtividade (IBQP).
Para se ter uma ideia da importância
desses números para a economia, basta fazer a comparação. O pequeno
negócio é responsável por mais de 52% da geração de empregos formais e
40% da massa salarial no País. O número de brasileiros entre 18 e 64
anos que possuem empresa ou que estão abrindo uma é muito superior, por
exemplo, ao da nação campeã da livre iniciativa. Os Estados Unidos têm
20% de empreendedores. Outros países registram índices ainda menores,
como Reino Unido (17%), Japão (10,5%), Itália (8,6%) e França (8,1%).
Para
incentivar o microempreendedor, peça-chave na geração de empregos no
Brasil, o Sebrae promove nesta semana, de 13 a 18 de abril, a 7ª Semana
do Microempreendedor em 26 estados e no Distrito Federal. Cerca de 140
mil empreendedores participarão de oficinas e palestras gratuitas, em
que serão esclarecidas dúvidas sobre tipos de empreendedorismo,
segurança alimentar, tributação e legislação. Também estão previstas 42
mil capacitações (saiba mais) .
Crescimento pela inclusão produtiva: ex-beneficiária do Bolsa Família hoje comanda salão de Beleza
A
empreendedora Sandra da Silva Rezende, de 40 anos, e moradora de Alto
Araguaia, no Mato Grosso, é um exemplo do sucesso do sistema para o
microempreendedor individual. Ex-beneficiária do Bolsa Família, Sandra
decidiu há alguns anos fazer um curso de manicure e pedicure pelo
Pronatec. Hoje, comanda o próprio salão e já pensa em contratar uma
funcionária. “Do dia em que coloquei uma placa informando que prestava
serviço de manicure na frente de casa em diante, as clientes apareceram,
a renda aumentou e não precisei mais do Bolsa Família”, relata Sandra.
“Aí, entreguei meu cartão”.
Casos como o de Sandra são cada vez
mais comuns. Dos 9,6 milhões de empreendimentos registrados pelo Super
Simples, em vigor desde 2007, 4,8 milhões são cadastrados pelo Micro
Empreendedor Individual (MEI). “O MEI tornou-se o grande motor de
impulso para o crescimento pela inclusão produtiva e social”, afirma
José Constantino, secretário-executivo da Secretaria da Pequena e Média
Empresa, em conversa com o Portal Brasil.
Os números
impressionam. Em 2010, 0,7 milhão de microempreendedores individuais
estavam cadastrados pelo MEI. Em 2014, 4,6 milhões já constavam do banco
de dados do sistema. Para Constantino, o MEI representa um avanço
extraordinário para o ambiente de negócios no País ao permitir a
formalização do pequeno empreendedor com segurança, rapidez e menos
burocracia. “A legislação para o micro empreendedor individual é um
fenômeno do empreendedorismo”, atesta ele.
Cidadãos cadastrados
pelo MEI têm direito a aposentadoria, auxílio-doença e
licença-maternidade. Além disso, empreendedores individuais pagam carga
reduzida de impostos: de R$ 33,90 a R$ 38,90 (5% do salário mínimo mais
ICMS e ISS). Para serem registrados pelo sistema, os microempreendedores
devem ter receita bruta anual de até R$ 60 mil.
Bem Mais Simples
O
ambiente cada vez mais favorável e menos burocratizado para a
realização de negócios apresenta resultados visíveis: de cada dez micro e
pequenas empresas abertas no Brasil, segundo o Sebrae, sete superam a
marca de dois anos de existência.
O processo de formalização do
microempreendedor individual é rápido e pode ser feito de forma gratuita
no Portal do Empreendedor. Feito o cadastramento, o CNPJ e o número de
inscrição na Junta Comercial são obtidos imediatamente, sem custos. Pelo
MEI, milhões de formalizações foram registradas nos últimos anos em
atividades de cabeleireiro, manicure, pedreiro, comércio varejista de
alimentos e cosméticos, eletricista, entre outros.
Lançado em
fevereiro, o programa Bem Mais Simples vai diminuir a burocracia e
facilitar o ambiente de negócios no País. Para melhorar a eficiência da
gestão pública e a vida do cidadão, o programa apresenta cinco
diretrizes: eliminar exigências que se tornaram obsoletas com a evolução
tecnológica; unificar o cadastro e a identificação do cidadão; permitir
o acesso aos serviços públicos em um só lugar; guardar informações dos
cidadãos para consultas; além de resgatar a fé na palavra do cidadão,
substituindo documentos por declarações pessoais.
Segundo a
Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), o módulo simplificado de
abertura de empresas vai funcionar a partir de junho. A operação de
abertura e licenciamento terá o prazo médio de cinco dias, primeiramente
no Distrito Federal (DF) e, em seguida, no resto do País. Para que o
processo de abertura se tornasse realidade, a SMPE desenvolveu o Portal
Empresa Simples e o Registro de Licenciamento de Empresas (RLE), que
possibilitaram o fechamento imediato de empresas no DF desde outubro de
2014. Neste ano, o sistema foi adotado em todo o País em fevereiro.
Acesse o portal da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e saiba mais sobre o assunto.
Fonte: Portal Brasil
Disponível em: http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2015/04/campeao-em-empreendedorismo-brasil-gera-52-de-empregos
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