Apesar do ambiente difícil para as exportações, algumas fabricantes de pequeno e médio porte do setor de climatização estão apurando resultados surpreendentes em suas vendas externas. Com orientação correta e muito esforço, o processo de internacionalização destas empresas vem se intensificando nos últimos anos.
“Desde o início, sentimos as dificuldades para exportar no Brasil. Mas temos bastante flexibilidade e não perdermos nenhum negócio”, afirma o gerente de comércio exterior da Joape, Lucas Pohlmann. A empresa fabrica climatizadores patenteados (ventiladores especiais que vaporizam o ambiente) e tem nas exportações em torno de 10% do faturamento total. “Quando iniciamos o processo de internacionalização, percebemos como o Brasil é burocrático”, afirma.
Atualmente, a empresa extrapola as fronteiras da América Latina e exporta para mais de 30 países, entre eles França e Espanha, além dos EUA. “Em 2006, fizemos nossa primeira feira naquele país. Hoje, nosso plano para os EUA é bem agressivo”, diz Pohlmann. A Joape está abrindo um escritório em território norte-americano.
“Com isso, esperamos ampliar o share das exportações para até 20% do faturamento em 2015?, afirma o executivo. A Joape possui uma fábrica no Brasil e a produção cresceu 17% em 2013, para cerca de 35 mil equipamentos. A projeção da empresa, já para 2015, é de um crescimento de 25%, com forte participação das exportações no faturamento.
Burocracia
Pohlmann pondera, no entanto, que as dificuldades para exportar são muito grandes no Brasil. “Algumas vezes, é inacreditável a burocracia brasileira para vender ao exterior”, diz. Ele afirma que contou com a ajuda do programa de incentivos às exportações da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), a Abrava Exporta, que oferece suporte técnico e financeiro.
De acordo com a gestora técnica do programa, Leila Vasconcellos, a questão das vendas externas ainda é muito difícil para as empresas no Brasil, principalmente as de menor porte. “Pequenas e médias não estão bem preparadas para as exportações. Os fabricantes visitam pouco os mercados externos”, avalia.
Para a especialista, é necessário que estas empresas sejam vistas lá fora. “Faltam investimentos por parte dos fabricantes para alavancar suas vendas externas, como mídias e feiras internacionais”, acrescenta. Leila reforça que, se houver foco específico, é possível exportar. “O chamado custo Brasil acaba sendo contornável. Com estratégia e foco, qualquer empresa consegue exportar”, destaca. Segundo ela, a média de crescimento das exportações das 31 empresas que participam do Abrava Exporta foi de 40% em 2013. “Existem cases de fabricantes que triplicaram as vendas externas”, comemora.
Evolução gradual
A fabricante brasileira de dutos e acessórios para sistemas de ar condicionado, a Powermatic, está ampliando as suas vendas externas aos poucos. “Antes, exportávamos de forma bem amadora. Mas começamos a evoluir com a ajuda da Abrava Exporta”, afirma o diretor da empresa, Dilson Carreira.
O executivo pondera, no entanto, que uma grande limitação da empresa para alavancar as exportações é o alto custo da sua matéria-prima no País, o aço. “Por esse motivo, nossas vendas externas estão mais concentradas na América do Sul. Este deve ser o nosso foco”, diz Carreira.
O executivo afirma que, apesar das exportações terem uma pequena participação no faturamento da empresa, a Powermatic obteve 13% de aumento das vendas externas no ano passado. “Temos crescido aos poucos, mas em uma curva ascendente contínua”, destaca Carreira.
Fonte: DCI - SP
Disponível em: http://www.mauronegruni.com.br/2014/06/25/pequenas-e-medias-apostam-nas-exportacoes-para-crescer/
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