A isenção de Imposto de renda para ações de pequenas empresas, anunciada na semana passada, pode não compensar o Risco de perder dinheiro com essa aplicação.
Mesmo para empresas grandes, em tese mais estáveis e com maior poder de barganha com fornecedores e clientes, as perspectivas são estreitas para os lucros.
No caso de empresas menores, o Risco operacional é considerado maior, segundo analistas. São empresas com dificuldade em obter financiamento barato — daí o incentivo para ir à Bolsa.
Nos EUA, onde até microempresa chega à Bolsa, os índices setoriais de empresas pequenas têm forte oscilação em relação aos demais.
Um dos mais populares é o IWC MicroCap, que dá nome a um ETF (fundo negociado em Bolsa). Nos últimos 30 dias, esse índice subiu 6,61% —acima dos 2,06% do S&P 500, que mede o desempenho das 500 maiores empresas dos EUA. Na comparação em um prazo maior, o IWC deixa a desejar. Em 2014, o índice subiu só 0,44%, enquanto o S&P aumentou 7,24%. Já nos últimos três anos, o IWC rendeu 17,24% e o S&P, 54,8%.
Para Frederico Sampaio, da Franklin Templeton, há espaço para muitas empresas entrarem na Bolsa, especialmente as ligadas ao agronegócio. "São competitivas, despertam interesse, mas estão subrepresentadas."
No entanto, afirmou, essas empresas sofrem mais com os gargalos do país, como estrutura tributária custosa, leis trabalhistas pouco flexíveis e ambiente desfavorável a investimento.
"O Investimento em empresa pequena deve ser avaliado um a um. Neste cenário conturbado, o melhor é estar em papéis mais líquidos", disse Marcos Peixoto, gestor da XP.
Para Raphael Juan, da BBT Asset, o incentivo criado é interessante, mas os investidores só voltarão a assumir o Risco das empresas quando diminuir a instabilidade. "Não é essa medida que vai fazer a coisa andar. Precisamos de mais Estabilidade Econômica e política", afirmou.
Fonte: Folha de São Paulo - SP
Disponível em: http://www.classecontabil.com.br/noticias/ver/19453
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